Meus Pais Acham Que Eu Sou Gay, Mas EU NÃO SOU

Oi! Pode me chamar de Robby. Eu estava pensando em contar para você como os meus pais me deixam constrangido. Bem, não é bem assim, meus velhos são ótimos… eu é que fico envergonhado. Quer dizer… argggghhhh, deixa eu contar a história.

Eu sou um jogador. E até onde eu sei, não há nada de errado com isso. Bem, quase nada. Meu sonho é controlar melhor o meu tempo. Mas eu não consigo. Quando eu estou jogando videogame, eu me esqueço da hora! Literalmente... não tô brincando! E quando um jogo novo é lançado, eu geralmente ignoro minhas tarefas escolares. Obviamente, isso afeta meu desempenho na escola, mas geralmente acabo contornando a situação e passando nos testes e provas mesmo assim.

Geralmente... mas, ah... não desta vez. Eu fui mal na prova. E desta vez tudo deu errado, e a paciência dos meus velhos se esgotou. “Robby, ou você dá um rumo pra sua vida e começa a estudar BEM,” – eles me disseram – “Ou vamos mandar você pra morar com nossos parentes no Alasca. Já que você não quer ser uma pessoa estudada, é melhor começar a arregaçar as mangas e fazer algum trabalho braçal!” Aí eu comecei a imaginar o que eu poderia fazer no Alasca. Cortar árvores? Pescar? Procurar ouro nos rios? Nada disso parecia ser bom. Mas o sermão dos meus pais ainda não tinha acabado. “VOCÊ ESTÁ PROIBIDO DE JOGAR, Robby. Se nós descobrirmos que você está jogando de novo, vamos lhe mandar para o Alasca imediatamente!”

Claaaro que nós não conseguimos fazer isso a tempo! Nós começamos a jogar ao anoitecer e terminamos bem depois do amanhecer. Meus pais poderiam chegar a qualquer minuto, então nós corremos para jogar fora os pacotes vazios de batatinha e as latinhas de refri. Quando a chave girou na porta, nós ainda estávamos tentando colocar o videogame na prateleira de cima do armário, onde ele deveria ter descansado em paz durante o meu castigo. O problema é que ele estava entrando no armário, e estava prestes a cair! Nós tínhamos acabado de fechar a porta do armário, quando meus velhos entraram em casa.

Estávamos sonolentos, descabelados, e com um jeito estranho – a cara de pau nunca tinha sido uma das minhas habilidades. O Jim balbuciou um “oi-tudo-bem” e saiu antes de o inferno começar, sem nem olhar pra mim.

À noite, eles me disseram que precisávamos conversar. Eu me preparei para o pior, mas jamais esperava o que viria a seguir. “Não há nada errado com isso, filho, nós amamos você do jeito que você é,” – eles me disseram, em tom solene, e eu me senti aliviado. “Você deveria ter contado pra gente antes que você era gay.” QUÊ? QUE EU SOU GAY? Alto lá!...

Durantes os dias seguintes, eu tentei explicar para os meus pais que eles estavam enganados a meu respeito. Mas sabe, eles não acreditavam em mim. Meu pai deu um tapinha no meu ombro, dizendo, empolgado, que eu deveria sair do armário e me aceitar do jeito que eu era. Minha mãe continuou repetindo que o mais importante para eles era a minha felicidade, e que eles sempre me apoiariam. E eles disseram, quase que em uníssono, que gostavam do MEU NAMORADO, e que ele poderia ir lá em casa a hora que quisesse. Ô-ôu… ah se o Jim ouvisse isso!

Por causa da ameaça de trabalhar braçalmente no Alasca, eu guardei segredo sobre o que eu e o Jim estávamos fazendo DE VERDADE naquela noite. Porém, eu tentei fazer com que meus pais me entendessem de outro jeito.

Bem, o que eu poderia dizer a essa altura? Eu estava desesperado. A única coisa que poderia me ajudar a convencer os meus pais de que eu só era amigo dos caras, e nada mais, era a Verdade. Aí, eu disse pra mim mesmo: “Não seja burro, Robby. O Alasca é um lugar maravilhoso, com uma natureza incrível, e outras pessoas vivem lá também.” Então, eu reuni toda a minha coragem e disse para os meus pais: “Naquela noite, o Jim e eu estávamos apenas jogando! Jogando videogame! Eu sou um jogador! Jogador! Não GAY!” E pela primeira vez, meus pais pareceram se questionar.

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